11 de outubro de 2009

O Deus Menino



Estamos nos aproximando de mais um Natal! É, para além do esbanjamento e do consumismo dos ricos, uma festa religiosa em que celebramos o nascimento de Jesus Cristo há mais dois mil anos atrás em Belém da Judéia. Mas, o que representa esta festa e este nascimento?
Uma família pobre fugindo das mesas fartas de injustiça de Israel se encaminha para uma periferia do mundo antigo (Belém), onde poderia encontrar uma gruta segura para um menino (frágil, como qualquer criança pobre) que traria esperança para as gerações futuras, mesmo perseguido pelos poderosos de seu país. Esta criança, filho adotivo de um carpinteiro chamado José, e de uma mulher chamada Maria, não seria um grande empresário, ou intelectual, muito menos um político, mas seria conhecido como filho de Deus.
Que estranho, o filho de Deus ser filho de pobres e ignorantes, ficar escondido numa gruta de uma periferia, e ainda mais, ser perseguido pelos políticos de então! O que poderia uma criança judia fazer pela humanidade? Onde estaria escondido seu poder? Com que armas venceria os exércitos? Com que dinheiro mataria a fome de tantos? Qual a sua nova ideologia? Que rei é esse que nasceu numa manjedoura?
É incrível como pôde o Senhor de todo o Universo, o todo-poderoso, ser tão frágil em seu rústico berço, como ele se assemelhou àqueles que poderia ter condenado fulminantemente por suas faltas e pecados. Como quis ele nascer em meio à miséria, quando poderia ser um menino de uma família abastada, sem ter que fugir, nem se esconder? Mas não, Ele não quis isso!
Que mistério profundo é esse?
Só há uma palavra, que pode fazer com que o mais ignorante de todos compreenda e o mais sábio e crítico se cale, uma palavra simples, mas de significado profundo: Amor!
Não um amor carnal e mesquinho, mas um amor semelhante ao que um pai ou mãe tem pelo seu filho, mas num grau muito mais intenso. Um amor semelhante ao de Abraão, que levou seu filho Isaac a um sacrifício, o qual ele não compreendia a razão. Deus não pediria o sacrifício do filho de Abraão (o qual o próprio Deus impediu), se Ele não fosse capaz de sacrificar o seu próprio filho por nós, apenas por Amor!
Escrito no Natal de 2001

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