3 de novembro de 2009

O desafio da violência na Pajuçara

A violência tem chegado a níveis insuportáveis em Pajuçara, e todos, ricos ou pobres, direta ou indiretamente têm sofrido as consequências da insegurança. Já passam de 35 os homicídios cometidos nesse distrito, que muitos desejam emancipar com interesses que não parecem ser o do bem comum. Em nosso município (Maracanaú) isso não é diferente. Roubos, assassinatos, seqüestros e todo tipo de violência têm afligido nossa sociedade que se vê de mãos atadas diante de tudo sem fazer nada.
Muitos consideram que o aumento do contingente policial seria resolução desse problema, mas mesmo o Ronda do Quarteirão ou a policia bem armada e “inteligente” parece não dar conta deste desafio, outros acham que com a redução da maioridade penal para 16 anos seria uma forma de resolver isto, já que uma boa parte destes crimes tem sido cometidos por adolescentes, há ainda aqueles que apelam para leis mais severas e punições rigorosas, e por fim há aqueles que consideram que deveria ser instituída no Brasil a pena de morte, como acontece nos Estados Unidos. Diante desse quadro nos perguntamos: O que fazer? Que atitude deve tomar o cidadão nesse sentido? Podemos contribuir de alguma forma para combater este problema?
A violência é um problema que afeta a todos e não podemos ficar alheios a isso, é claro que uma parcela de culpa é das autoridades que sempre adiam a resolução do problema passando a culpa para outras autoridades. Como devemos saber, a segurança publica é uma das obrigações do governo estadual, assim como a educação de nível médio, e muitos atribuem esta responsabilidade ao município, muito embora este possa de alguma forma minimizar o problema através da guarda municipal, mas principalmente através de políticas publicas voltadas a área social, a educação, ao esporte, a juventude, que, diga-se de passagem, é tão pouco assistida e lembrada por esses mesmos governos que querem seus votos! Em Pajuçara não observamos nenhuma ação preventiva, nenhum movimento em oposição ao tráfico de drogas, que campeia e ceifa vidas aos montes, não vemos nenhuma alternativa ou oportunidade para os jovens desta área tão carente, mas tão desejada por muitos políticos! Mesmo as ações que se apresentam são muito tímidas e quase inócuas.
Na verdade, as ações de conquista dos jovens para as fileiras do vicio e da criminalidade acontecem de forma explicita, muitas pessoas do bairro convivem com isso de forma aberta e até mesmo aceitam o problema com naturalidade. Parece que caímos numa letargia, numa apatia e indiferença que nos priva de qualquer ação positiva contra este problema que afeta a todos. A violência também vicia, pois as pessoas encontram maneiras de conviver com ela como se fosse algo aceitável. A escalada da violência em Pajuçara caminha a passos galopantes, e o máximo que temos como reação é a perplexidade e o espanto que não tem gerado nenhuma atitude seja de quem for.
Diante de tanta perplexidade temos que encontrar formas de ação que não se transformem em outro tipo de violência, como usar veneno contra veneno, mas agir com rigor, exigir a tomada de posição do poder publico em todas suas instâncias, organizarmo-nos coletivamente através de todos os meios legais e possíveis como um basta a tanta indiferença. A responsabilidade da sociedade civil organizada é uma forma eficaz de combate a violência. Conhecemos varias experiências neste sentido. É preciso encontrar oportunidades e alternativas educacionais, esportivas, culturais e sociais para retirar nossos jovens desse mar de lama que se tem se apresentado como único caminho para eles. Que esse apelo em relação a Pajuçara se torne um incentivo, um chamado a responsabilidade e a atitude, para todos aqueles que não suportam mais o descaso e falta de ação dos poderes públicos.

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