25 de setembro de 2012

O ocaso do futebol


A Copa de 2014 será um evento que consagrará definitivamente na história do Brasil a função ideológica e política do futebol. O futebol desde suas origens tem se apresentado como esporte marginal, já na Idade Média, na Inglaterra era muito mal visto. Em nosso país não foi diferente, no século XIX o futuro ‘esporte das massas’ começou como uma brincadeira sem nobreza exercida por pessoas das classes economicamente inferiores. Na década de 70, o esporte subalterno mexeu até mesmo com os rigores da ditadura, e com a copa do México em 1970 consagra-se como propaganda de um país que vivia suposto ‘milagre’ econômico, apesar da repressão e dos homicídios.
Pouco mais de 30 anos depois vemos o futebol bater todos os recordes, tornou-se massificado, assimilado pela lógica do capital é uma força ideológica que rende fortunas. A FIFA tem mais países afiliados que a própria ONU, os jogos entre países historicamente rivais encerram em si uma simbólica guerreira que desvia para os gramados todos os grandes problemas da nação. No Brasil a coisa não é diferente, nosso país se orgulha de nunca ter ficado de fora de uma copa do mundo, de ser hexa campeão, de ter o futebol arte, de exportar craques para todo o planeta, muito embora não tenhamos resolvido as questões mais básicas de um país em desenvolvimento, o qual espera de uma copa do mundo a solução de nossos problemas sociais. Ironicamente não somos mais os ‘donos da bola’, ela agora corre em outro rumo, são nos gramados da Europa onde nossos meninos prodígios desfilam como modelos e manequins.
Quando estão aliados a politicagem, a corrupção e o futebol tudo se torna ainda mais desastroso. O futebol ‘arte’ perdeu seu pudor e virou meio de enriquecimento de muitos cartolas que controlam os horários dos jogos, as transmissões, entre outras coisas. Os politiqueiros de plantão descobriram que o filão do futebol é uma forma muito cômoda de assegurar um rendimento extra, do tipo caixa dois, já não bastasse as inúmeras modalidade de falcatruas que conhecemos.
A Copa de 2014 será mais do que a Copa do Brasil, será a Copa do jeitinho brasileiro, com direito a dribles na fiscalização, gols de placa de impunidade, principalmente em um país onde se investe mais em um único esporte, sem justificativa clara, deixando de lado uma imensa maioria de outras modalidades tão importantes, e mais ainda onde se abandona ao descaso a própria educação. Parece que estamos vivendo o fim do futebol de verdade. Façamos também uma Copa para a Educação antes que seja tarde demais! 

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