17 de julho de 2011

A presença de Raul Seixas na literatura de cordel


Raul Seixas, o nosso grande cantor-filósofo, era um verdadeiro alquimista da musica, conseguindo fazer que músicas aparentemente simples se transformassem em verdadeiros textos filosóficos, suas composições traziam a marca da nordestinidade, o regional era elevado ao universal. Falaremos sobre a relação da obra de Raulzito com a Literatura de Cordel e sua marca na obra de muitos cordelistas. 
Existem até agora catalogados cerca de 26 títulos de cordel sobre Raul Seixas, podemos citar entre os cordéis mais conhecidos, Raul Seixas e a sociedade da grã-ordem kavernista (2001), O encontro de Raul Seixas com John Lennon no céu (2001), Raul Seixas e Elvis Presley – o encontro de dois mitos (2003), Raul Seixas e Paulo Coelho, buscando sonho e magia (2004), Raul Seixas, um cowboy fora da lei (2005), ABC para lembrar Raulzito e Gonzagão (2005), A consciência ecológica na obra de Raul Seixas (2008), todos de autoria do cordelista cearense Rouxinol do Rinaré, podemos citar ainda, Raul Seixas entre Deus e o diabo (1991), Raul Seixas não morreu (1992), estes do poeta Costa Senna, e ainda, Encontro de Raul Seixas com Zé Ramalho na cidade de Thor (2004), do poeta Arievaldo Viana, e por fim, O legado de Raul Seixas (1997) e As aventuras de Raul Seixas na cidade de todos (1997), do poeta baiano Marco Haurelio.
Pela quantidade de títulos citados acima podemos perceber o quanto os cordelistas reconhecem a importância da obra do compositor e cantor baiano. Raul Seixas como todo bom nordestino conhecia e admirava a literatura de cordel, exemplo disso é o uso de títulos em suas musicas que soavam ao estilo dos folhetos, como Raul Seixas e a sociedade da grã-ordem kavernista e As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor, outro exemplo pode ser encontrado na musica Os Números que além de ser um baião, segue o estilo de versos dos cordéis: “meus amigos essa noite eu tive uma alucinação/ sonhei com um bando de números invadindo meu sertão/ vi tanta coincidência que eu fiz essa canção”.
Raulzito, assim como Zé Ramalho e Alceu Valença, traz essa marca da cultura nordestina, que é o cordel, em suas musicas, mostrando a musicalidade do cordel em suas rimas perfeitas e temática variada. Apesar de influenciado pelo rock americano de Elvis Presley, não deixou de lado o xote e o baião ao estilo de Luiz Gonzaga, e mesmo lendo Nietzsche e o Baghavad Gita hindu não esqueceu suas raízes populares trazendo o cordel para o centro de sua poética irreverente.

2 comentários:

  1. Escrever história em versos
    de Cordel, até me arrisco,
    porém a Filosofia
    É com o amigo Francisco!

    Rouxinol do Rinaré

    ResponderExcluir
  2. Escrever história em versos
    de Cordel, até me arrisco,
    porém a Filosofia
    É com o amigo Francisco!

    Rouxinol do Rinaré

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