18 de dezembro de 2010

Ele está no meio de nós!


Fim de ano é uma época engraçada,
as pessoas sentem cada vez mais o peso do trabalho,
tudo fica mais rápido, frenético, dinâmico, todos têm uma pressa inexplicável,
as casas são pintadas, as luzes são acesas,
os amigos sentem a necessidade de se rever,
as famílias buscam se aproximar,
os trabalhadores estão ansiosos pelas férias,
os alunos querem passar, os professores querem entrar em recesso,
Enfim, tudo indica que estamos aguardando algo diferente, algo novo, uma mudança.

A vida é assim, regida por ciclos, por etapas,
mesmo que nós não queiramos tudo passa por momentos que vão e vem,
as coisas se repetem, embora não da mesma forma, mas com um jeito de novo.
Mesmo sabendo que nada vai mudar substancialmente, nós acreditamos, esperamos, sentimos que há algo novo no ar, nossa consciência precisa acreditar para suportar a vida, para lhe dar sentido, para irmos adiante.
Em geral, os momentos de crise, de angústia pelo novo, são os mais promissores às mudanças, é através das crises que somos desafiados a inventar saídas, respostas, caminhos, estratégias.
O período de fim de ano é por si só um momento de crise, não como uma crise econômica, um cataclismo, mas é um momento de crise e ansiedade psicológica,
parece com o que denominamos 'apocalipse' (em grego, revelação), ou seja, é um momento de manifestação de anseios, de angústias, de esperanças, de alegrias, etc.

É sobretudo um momento propício para reflexão,
para parar, para pensar,
para parar e pensar,
reavaliar, planejar,
reestruturar, retomar ideais, projetos,
recriar sonhos.

O fim de um ano coincide com o inicio de um outro ano, de um novo período, de uma etapa nova, não que o seja realmente, porque tudo faz parte de uma convenção de nossa sociedade, o calendário, o qual varia de cultura para cultura, com datas, festas, feriados, dias santos, etc, isto não é senão uma criação coletiva tornada norma para todos. E muitas vezes vira uma gaiola onde ficamos presos. Mas há algo mais em tudo isso, sabemos que por trás das convenções existe um quê de diferente no ar, uma sensação de que devemos fazer algo, antes que o tempo se esgote, antes que passe o ano, devemos acelerar nossos projetos, criar saídas para realizá-los. Tudo isso faz parte dessa areia movediça que é o tempo, mas existe algo mais que não foge de nossas mãos assim tão fácil, existe um consolo para a fluidez continua do passar das horas...
Celebramos uma festa a cada ano que se repete, mas que mesmo sendo repetida é sempre novidade, é sempre ansiosamente aguardada...

É o Natal!
Natal, natividade, nascimento, eis o momento mais sublime da história humana!  É Deus que arma sua tenda entre nós (como diz São João)!
É Deus que foge das alturas para estar conosco, para sofrer conosco, para chorar conosco toda nossa miséria desamparada!
É Deus pobre, no meio dos camponeses, dos pastores, dos animais, dos homens!
É Deus fugitivo, perseguido, procurado pelos poderosos para ser morto!
É Deus indefeso, sem armas, frágil!
É Deus menino, infantil, incapaz de lutar, de enfrentar o mal!
Mas é Deus Conosco, Emanuel, que mesmo sendo majestade, todo-poderoso, assume a condição de servo, de humilde, de manso, de fraco, de pobre, de humano...
Enfim, é o único capaz de nos salvar, pois é igual a nós, nos conhece como somos, em nossas fraquezas, pois sofreu nossas desventuras, e assim pode nos perdoar e nos redimir...

Celebremos esta festa que não se acaba, que não se compra, que não se consome, que não está nas tevês nem na mídia, que não precisa de árvore de Natal cheia de luzes artificiais, nem de guloseimas caríssimas, uma festa cuja luz é própria, pois vem do próprio Senhor, cuja árvore é a árvore da vida, cujo alimento se dá na comunhão...
Uma festa tão simples e que está ao nosso alcance na partilha com o irmão, com o pobre, com o que sofre...
Celebremos a noite feliz e eterna da salvação!
Feliz Natal!
Próspero Ano Novo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário